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O clichê do desmanche.

O Cruzeiro cruzou os anos de 2013 e 2014 atropelando times, tabus e adversidades. Foi campeão com sobras, calando mesas-redondas, cornetas e estádios Brasil afora. Era o trunfo do planejamento de uma cúpula nova, era a vitória do futebol moderno, dos lances envolventes em campo e também fora dele. De tão original e vanguardista, o time foi conhecer sua derrota naquilo de que mais fugia: o clichê.

“Vender para fazer caixa”. O lema de Perrella e da maioria dos times brasileiros voltou para assombrar as manchetes e muitas de nossas ambições, dando início ao esfacelamento do elenco celeste. A cada semana, uma nova venda, até que a base bicampeã se foi em meio a altas cifras e negócios da China.

A ida de Éverton Ribeiro para Dubai anunciada logo antes da partida contra o Shakhtar Donetsk, selava o pacotão de desmanche a que o Cruzeiro se submeteu. O amistoso ganhava espectadores ainda mais receosos com o que o time poderia mostrar em campo, afinal, os jogadores que se apresentavam em frente às arquibancadas mal sabiam o nome do companheiro ao lado.

O primeiro tempo foi um verdadeiro convite para curtir o aniversário de São Paulo. A cada passe errado, as comidas das feiras gourmet e as comemorações que aconteciam pela cidade ficavam mais interessantes e convidativas. Era duro assumir que a melhor equipe do Brasil perdia de 1×0 para o time do Dentinho.

Até que chegaram os quarenta e cinco minutos finais. Marcelo Oliveira, como sempre, deu aquele sacode e acordou o grupo, que em uma jogada de muita velocidade igualou o placar. O gol veio para coroar um conjunto desentrosado, mas que se esforçou muito para que os presentes no Mané Garrincha saíssem com um pequeno alento, que fosse.

Temos à frente um mês crucial antes de começarmos a desbravar a América. O Mineiro vai ser nosso grande aliado no entrosamento e construção de um time do tamanho  e com jeito de Cruzeiro. Se mostrarem a mesma vontade do segundo tempo de ontem, logo esqueceremos das peças que nos foram tiradas. Que as vendas desse desmanche nos mostrem que os que ficaram, não estão vendidos.

One thought on “O clichê do desmanche.

  1. Estou confiante no time de 2015…Vendemos muitos, mas o time continua de bom nível…Acho que precisamos de tempo para entrosar, mas o importante é lembrar que ganhamos 2 Brasileiros e o time precisa de mudanças…Acredito que pelos valores pagos a realmente não dava pra segurar os negociados…Diante do inevitável, o melhor é ver que estamos tentando colocar um time novo no mesmo padrão dos anos anteriores em campo…Falta so um para o lugar do Everton…

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