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‘Poupança que não rende’.

Inter e Cruzeiro fazem daqueles jogos que deixam o inventor da TV colorida orgulhoso, com – na minha opinião – as duas camisas mais bonitas do Brasil em campo. O primeiro tempo do jogo também foi bonito, com os dois times jogando bola, sendo que o Inter tinha mais posse, mas o Cruzeiro era mais perigoso. Foram duas boas chances com T. Neves logo no comecinho, e Jadson aos 20.

Porém, quem marcou primeiro foi o Inter. Em cobrança de falta que demorou uma eternidade, a bola desviou na cabeça de Leo, toca na trave e no rebote, somente jogadores do Inter correram para a bola. Nonato abriu o placar aos 31. Pouco depois, T. Neves cobra falta para área colorada e Dedé empata o jogo, fazendo justiça ao placar do primeiro tempo.

O segundo tempo caminhava para o mesmo equilíbrio até que Edílson errou a saída de bola e entregou o lance para o Inter. Na arrancada, Fábio salvou a primeira, Dedé a segunda, Dodô a terceira, mas Guerreiro aproveitou a 4ª chance e abriu 2×1 no placar. Mais uma vez, uma cagada individual desequilibra um jogo.

Ai Mano, que havia poupado Henrique, Rodriguinho e Robinho para o duelo contra o Fluminense na próxima quarta, decide colocar o Rodriguinho na partida. Aí eu pergunto: se não vai poupar, não é melhor começar o jogo com o que tem de melhor? Se vai poupar, poupa mesmo. Se não vai, comece com o que tem de melhor.

Jadson não fede nem cheira neste elenco. Ter que escalá-lo mostra como não temos reserva a altura para o Robinho. Pedro Rocha deixou o campo sentido as coxas para a entrada do David. Apesar das mexidas, o time não conseguiu mostrar alternativas de jogo.

Aos 20, Dodô – imprudente – dá carrinho e o juiz marca pênalti. Fábio caiu para um lado, mas Deus espalmou do outro a cobrança de D’Alessandro. Aos 27, Fred perdeu chance clara de empatar. Saiu aos 33 para entrada de Sassá.

Aos 37, Sóbis soltou um tarimbaço no travessão e – mais uma vez – o rebote só contou com jogadores colorados. Desta vez, Rodrigo Moledo ampliou o placar: 3×1. Antes do apito final, ainda houve tempo para expulsão de Edílson.

Perder é algo que nenhum Cruzeirense gosta. Mas a derrota fora para um dos principais times do campeonato fora de casa não é o que me preocupa. O que incomoda é o fato do Mano misturar peças e não ter mudança no esquema de jogo que respeite o estilo de cada jogador.

Mano achou o melhor deste Cruzeiro com Rodriguinho conduzindo a bola pelo meio e Robinho, com alguém aberto pela esquerda ao lado do Egídio. Ao colocar T. Neves – que joga mais adiantado – e o Dodô, que não apoia da mesa forma, o treinador mantém o estilo de jogo. Como resultado, o time pena para criar.

Para piorar, o meio não tem sequência. Vejam que nos 5 últimos jogos, tivemos 5 duplas de volantes diferentes: Inter com Lucas Silva e Romero, Emelec com Cabral e Henrique, Goiás com Henrique e Lucas Silva, Ceará com Cabral e Lucas Romero e Flamengo com L. Romero e Henrique. Que espécie de rodízio é este que poupa todos e não poupa o Cruzeiro de jogar mal? Vira uma poupança que não rende nada. O discurso de priorizar tudo é balela, as Copas continuam valendo mais com destaque para Libertadores e CB nesta ordem.

Apesar da crítica válida, Mano sabe o que faz. Não resta dúvidas de que as duas derrotas mexerão com o brio do time e do treinador. Se todo time passa por um momento de instabilidade, que ótimo que o nosso esteja acontecendo agora. Mas o prazo para melhoras acaba na próxima quarta, contra o Fluminense.

É hora de voltar a vencer, sem esse papinho de poupar jogador. Se jogar com o que tem de melhor, não tenho dúvidas de que o time engrena novamente. Só torço para que nosso time seja mais constante, sem tantas mexidas.

Vamos Cruzeiro.

(Por E.M.)

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