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Não passou um boi, não passou a boiada.

  
Alguns podem dizer que foi decepcionante empatar em casa contra o
modesto Huracán da Argentina. Eu, em compensação, prefiro me ater a evolução do
time.
O torcedor Cruzeirense estava acostumado com o melhor time do
Brasil, leve, diferenciado, que sobrou por dois anos seguidos. Hoje este time
criativo, leve e talentoso deu lugar a uma equipe brigadora e de mais pegada.
No quesito luta, nenhum torcedor do Cruzeiro pode reclamar do seu time. Como
também não pode falar um ‘a’ de uma defesa consistente e muito macadora.
Já na criação, ainda temos muito a evoluir. As jogadas foram criadas
mais pela vontade do que pelo talento, com destaque no primeiro tempo para o
garoto Mayke e ótimas jogadas pela direita. Marquinhos fazia o jogo regular de
sempre, enquanto De Arrascaeta ainda não apresentou o futebol que a torcida
espera dele.
O Cruzeiro até fez o seu gol no primeiro tempo, mas o juiz anulou
alegando impedimento, em um daqueles lances que – mesmo se errado – não dá para
criticar a arbitragem.
Apesar do volume muito superior, apesar de ter criado boas
oportunidades e ter chutado masi de 10 vezes ao gol, o resultado ficou mesmo no
0x0.
Para o segundo tempo, M.O. sacou William e colocou Alisson. O time
melhorou, mas o time argentino tinha um objetivo claro: o empate.
M.O. sacou o De Arrascaeta e colocou o menino Judivan. A mudança
deixou o time mais agressivo e o camisa 16 foi mais incisivo no ataque, porém
sem sucesso. Como uma última tacada, Henrique Dourado entrou no lugar de
Henrique.
O Cruzeiro ainda teve duas ótimas chances mais próximas ao final do
jogo. Leandro Damião recebeu a bola na ponta esquerda da área e chutou uma bola
maravilhosa que fez uma parábola linda para acertar a quina da trave. Sria um
golaço. Em jogada, foi a vez das pratas da casa Alisson e Judivan. O camisa 11
enfiou a bola na área e Judivan desviou a bola que, maldosamente, passou
beliscando a trave esquerda do Huracán.
Apesar das limitações ofensivas, não se pode dizer que o Cruzeiro
deixou de criar. Foram muitas as chances, porém a bola não quis entrar.
É preciso paciência. Como criticar um time ainda em formação? Uma
equipe que recentemente nos deu dois brasileiros merece um tempo para se
acertar. E a torcida deve isso ao Cruzeiro.
Pessoalmente, acho que ainda faltam dois meias realmente
diferenciados para compor este time. Marquinhos é bom jogador, mas não sei se
ele tem o diferencial para ser ‘O’ armador da equipe. As fichas estão todas
voltadas para o jovem camisa 10, De Arrascaeta, que até agora não foi o craque
que o time precisa que ele seja. Eu tenho minhas desconfianças com ele, mas
torço toda partida para que ele se encontre e vire o jogador que o Cruzeiro
precisa.
Há também o que comemorar. Williams mais uma vez jogou muita bola,
Damião manteve seu bom desempenho em campo, enquanto Paulo André realmente
chegou com pinta de ‘capitão moral’ do time, uma vez que a faixa dificilmente
deixará os braços do Fábio.
O Cruzeiro até fez por merecer a vitória, mas hoje não foi o dia que a luta foi recompensada.
Vamos dar tempo ao time e torcer. Este é o papel do torcedor: apoiar
no momento de dificuldade. Acredito que temos de entender que este ainda é um
time em formação e que pode dar liga.
Deixemos o favoritismo para os demais, enquanto vamos mineiramente
arrumando nossa casa. O único risco que corremos é de este time dar certo.
E vai dar.
Vamos Cruzeiro!
Ps. Mais uma vez, tivemos um bom público na Sampa Azul. Obrigado a
todos pela presença.

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