Era um jogo igualmente nervoso e importante para o Cruzeiro. Mas logo na escalação o desânimo de ver o nome do Reis na escalação já havia me dado uma sensação ruim. Nada contra o garoto, mas como já disse antes, um time do porte do Cruzeiro não pode depender de apostas assim para mudar de rumos.
Mesmo com o mal momento, enquanto muitos pensavam que a torcida não compareceria ao campo, ela lotou a Arena do Jacaré.
Com a bola rodando, até que o time foi bem no primeiro tempo. Foi um jogo muito estudado, de muita marcação e poucas oportunidades. Mesmo assim eu consegui ver um Cruzeiro mais animado, articulado e tocando bem a bola. Em especial, temos de destacar a boa atuação do Diego Renan que retornou ao time no jogo de hoje.
O jogo caminhava para o seu final, em um lance do Cruzeiro que provavelmente seria o último da primeira etapa. Mas ao perder a chance de ataque, o time não soube matar a jogada com falta no campo ofensivo e no desenrolar do lance, Ronaldinho Gaúcho fez carga em Gil, o juiz nada marcou, e o camisa 10 do Flamengo tocou para Deivid fazer o único gol da partida.
No segundo tempo o time voltou tentando alguma coisa, mais ofensivo, mais agressivo, mas a inoperância do ataque celeste é algo realmente assustador. Outro dia ví que o time celeste é a equipe que mais cruza a bola para a área no Brasileiro. Mas esse número não significa absolutamente nada!
No Cruzeiro cruza-se a bola de qualquer modo, de cabeça baixa, mal… e quase nunca é um lateral de ofício que o faz. Sobra para o Wallyson (que deveria estar na área) ou qualquer um dar um bico para a área, quase sempre vaia de jogadores celestes.
Então Joel sacou Everton e Reis e colocou Ortigoza e Sebá. Enquanto o time teve fôlego, ainda surgiu alguma pressão. Mas com o passar do tempo o cansaço fez com que até mesmo o Montillo não conseguisse mais jogadas ofensivas.
A situação é tão estarrecedora e estranha que a torcida não tinha vontade – sequer – de vaiar o time. Aliás, me pergunto se o torcedor queria vaiar mesmo, ou se percebia que o time rendia o que pode com o elenco fraco, com as faltas de opções, e com o ataque nulo que temos. Ficaram todos mudos, assistindo, sem saber o como apoiar o time, sem saber como vaiar.
Até porque Naldo, Fabrício, Montillo, Diego Renan… o time todo correu. Mas faltam peças. Enfim… aquela mesma história de sempre. E ainda assistimos o time tomar bolas na trave e quase sofrer mais um gol.
Se vocês me perguntarem se a derrota foi justa, eu diria que não. O time não mereceu perder. Mas o piscicológico que nos assombrou no início do campeonato volta a ser o maior adversário do time em nossas partidas.
Nem das mexidas toscas do Joel eu consigo reclamar. Até porque, embora ele arrebente o time com um time com 4 atacantes, o que o coitado pode fazer com um banco de reservas desse? Pelo menos ele tenta algo.
Triste, meus amigos. Pelo menos os conformados podem comemorar a Copa do Brasil do ano que vem. Mas se nada mudar, se não surgir alguém com BOLAS, CORAGEM E OUSADIA para contratar e montar um time digno de vestir a camisa celeste, a única diferença entre a Libertadores e a CB para nós será a eliminação para um time do Brasil. O primeiro passo para ser campeão de algo é desejar essa conquista. Não é o que parece ser o desejo de nossa diretoria e seu ataque com Reis, Ortigoza e Sebá.
Agora mais uma pedreira contra o Inter FORA de casa. Nem preciso comentar a expectativa para este jogo, não é?
Enfim. Que venham logo os 45 pontos necessários para não eliminar qualquer fantasma. E que novos tempos também cheguem ao Cruzeiro.
Tenso!