Me desculpem não começar este post com a alegria habitual das grandes vitórias. Quem não viu a partida e vê o placar elástico pós jogo, pode pensar que o jogo foi moleza. Mas, infelizmente, uma vitória – ainda mais por goleada – encobre muita coisa.
O Cruzeiro realmente começou bem o jogo, durante os 5 primeiros minutos de partida, a bola praticamente só ficou no campo de ataque celeste. E o domínio seguiu até 6º minuto quando Thiago Ribeiro abriu o placar, com uma bola no canto direito do goleiro chileno.
Depois do gol, a torcida já esperava por uma goleada. Mas foi o Colo-Colo que resolveu partir para cima. O Cruzeiro tinha um volume maior de jogo, mas errava muitos passes, muitos deles curtos. Com isso, a equipe chilena procurava explorar os contrataques.
Thiago Ribeiro hoje teve a mesma disposição de sempre, correndo e se esforçando, mas prendeu em demasia a bola e conseguiu perder 2 gols incríveis, cara a cara com o goleiro.
Como “quem não faz, toma”, aos 36 minutos Jonathan perde uma bola já dominada no campo de desefa e “doa” o gol da equipe chilena. 1×1 no placar.
Aliás, aproveito a deixa para dar a minha primeira “cornetada”. Depois de ser eleito o melhor lateral do último brasileirão, o Jonathan caiu muito de rendimento. Cheio de “firulas” e pouco eficiente, ele precisa jogar mais com um pouco mais de simplicidade e humildade. Bom lateral ele é, de fato um dos melhores da posição no Brasil. Agora tem se aventurado muito pelo meio do campo e, com isso, não tem atacado nem defendido pela ala direita com o mesmo talento de antes…
Mas enfim… voltando ao jogo, ainda no primeiro tempo, Roger “Secco” fez uma bela jogada no fim do primeiro tempo, driblando 2 jogadores e recebendo um toque dentro da área, em um pênalti claro não apontato pela arbitragem. O primeiro tempo acabou mesmo 1×1.
No mais, o Cruzeiro não parecia perceber a importancia do jogo. Com o triunfo do Velez, nada mais do que a vitória interessava.
Cartões vermelhos… enfim, do outro lado.
As equipes voltaram para a etapa complementar, e o panorama se manteve igual até os 10 minutos. Róger deu lugar a W. Paulista e logo depois, aos 11, Olate faz falta em Kléber e recebe o segundo amarelo e o vermelho.
3 minutos depois, Leo Silva sofre pênalti e Kléber bate para fazer 2×1 para o Cruzeiro. (E quase que o goleiro pegou).
Com a vantagem no placar, o time voltou a dominar a partida, mas ainda assim errava muitos passes, atacavam sem objetividade e eficiência. Mesmo com 1 a menos o Colo Colo não sentia tanto a falta de um jogador e o jogo não havia ficado mais fácil para a equipe celeste.
Como o time chileno não poupava butinadas, não demorou para que mais um jogador fosse expulso. Cereceda foi expulso aos 21 minutos e no lance seguinte, bate rebate na área do adversário e Pedro Ken chuta para marcar 3×1.
Com 2 a menos, o Colo Colo desapareceu de campo. Mas jogadores pouco solidários carregaram demais a bola e perdiam seguidas investidas. Depois de tanto tentar, o Cruzeiro ainda conseguiu mais um pênalti que Kléber converteu para 4×1 aos 26 do segundo tempo. E foi só.
Depois disso, o Cruzeiro rondou, rondou, “sassaricou”, mas não teve competência para marcar mais gols. Até ai tudo bem, não fosse o fato de o time não ter chutado ao gol, recuado diversas bolas e o fato de diversos jogadores não soltarem a bola para o companheiro mais bem posicionados.
Fim de jogo com 4×1, e um gostinho de “podia ter sido melhor”.
Sessão corneta
Dando seqüência aos pitacos corneteiros, chamo atenção para o sistema defensivo do Cruzeiro. Contra o Atlético já não tivemos um bom desempenho. Fosse o time cacarejante uma equipe de verdade, teríamos sofrido mais gols.
Hoje não foi diferente… achei a zaga mal posicionada, jogando sempre em linha. Nossas laterais viraram verdadeiras avenidas e, por ali, adversários tem deitado e rolado.
Nem Pedro Ken, nem o Elicarlos dão a devida cobertura para o Jonathan. E o talentoso Diego Renan parece passar por uma fase de “falta de confiança”. Algo precisa ser feito e urgente. Não demora, pegaremos adversários difíceis e ai precisaremos estar preparados.
Pode até ser que, hoje, eu esteja exigente demais, ou mesmo com o espírito crítico aguçado. Sei que Libertadores é dureza e tudo mais… Mas o futebol deste jogo, nem de longe, satisfez aos exigentes torcedores que compareceram a Sampa Azul. Ficou aquele gostinho de que o time poderia ter jogado mais.
Menos mal que o Adílson também foi crítico ao time e a atitude da equipe no pós jogo, sinal de que o comandante celeste tabém não gostou do que viu, apesar do placar elástico. Sigo confiando no time. Mas torço por um futebol melhor daqui para frente. E você caro leitor, o que acha?
Avante Cruzeiro, rumo ao Tri! Até porque, a gente só critica e cobra de quem sabe que pode corresponder… e este time pode demais!