“Guerreiros, Guerreiros, Guerreiros, time de Guerreiros!”
Foi com esse canto que a torcida azul – que lotou o seu espaço no Pacaembú – saudou a sensacional virada do Palestra Mineiro sobre o Paulista na tarde deste domingo. Agora, com 31 pontos, o time estrelado segue na briga pelo caneco e enche a torcida de esperança de que o melhor ainda está por vir.
O Jogo.
A confiança da torcida celeste era grande para o jogo deste domingo. Embora os atacantes não estivessem com a pontaria muito afiada, o time vinha fazendo bons jogos e mostrando um futebol envolvente e criativo.
Aos poucos, o Pacaembú foi se enchendo dos dois lados. A torcida cruzeirense era formada em quase a sua totalidade por famílias e torcedores “comuns”, que “representaram” muito bem os milhões de corações azuis espalhados pelo Brasil.
De branco, o Cruzeiro atacava no primeiro tempo para o lado de sua torcida. E a primeira impressão que o time deixou foi bem positiva.
Assistir ao jogo do estádio dá uma outra visão sobre a partida. Se em outras ocasiões, do campo, assistíamos um time disperso, que não atacava em bloco, desta vem víamos um desenho muito bem feito em campo, com o time bem postado e ocupando todos os espaços do adversário.
O Palmeiras tentava atacar, mas o Cruzeiro tinha um toque de bola envolvente e uma marcação muito eficaz. Do campo, não sentíamos pressão do time paulista. Pelo contrário, parecia que nós estávamos mais consistentes em campo.
Aos 12 minutos, o lance mais agudo do Cruzeiro no primeiro tempo, quando Montillo cobrou uma falta perigosíssima, para defesa de Fábio. O jogo seguiu no mesmo rítmo, emparelhado, até os 33 do primeiro tempo. De longe, pouco vimos ou entendemos o lance que originou o pênalti para o Palmeiras. (Agora, vendo pela TV, confesso que ainda fico em dúvida se todo juiz marcaria a infração).
Kléber cobrou e fez 1×0 Palmeiras, contendo uma comemoração mais forte. (aliás, para quem teve curiosidade, parte da torcida xingou o Kléber enquanto a Máfia apoiou e cantou o nome dele).
O placar não era justo pelo que assistíamos da arquibancada. Minutos depois, Fábio faz uma bela defesa no chute de Edinho. Mas o pecado mesmo foi o segundo gol Palmeirense, em uma falha de marcação na cobrança de escanteio para o time paulista.
Depois do gol, o time sentiu um pouco a pressão. O Palmeiras passou a ser mais perigoso e a ter um volume maior na partida até o final do primeiro tempo.
Vamos tirar a “foto da virada”. Foi assim que batizamos a tradicional foto do intervalo,
mesmo com 2×0 no placar. Videntes? (rs)
Mudança de jogadores e postura.
Em desvantagem no placar, Cuca sacou do time Wellington Paulista e Gil (que estava amarelado) para a entrada de Roger e Farias, o argentino do cabelinho serelepe que fazia, enfim, a sua estréia pelo Cruzeiro.
A partir daí, foi só Cruzeiro. Mais calmo e organizado em campo, o time tratou de pressionar o Palmeiras. O diferencial deste time passou a ser o bom toque de bola e a incansável movimentação do Montillo, Roger e Thiago Ribeiro. Os 3 se desdobravam em campo para abrir espaços para os companheiros.
Aliás, muitas vezes, não ver o jogo ao vivo não nos dá a visão correta do desempenho de um jogador para o time. O que o Thiago Ribeiro se movimenta para o time é um espetáculo. Peça fundamental no ataque.
Todo mundo de verde estava bem marcado, e Kléber não conseguia fazer nada em campo. Já em uma de suas primeiras jogadas em campo, o Farías se chocou com Marcos e o goleiro do Palmeiras teve de sair de campo, machucado. Mudava alí o panorama da partida.
Aos 14 minutos de jogo, depois de um rolinho fantasmagórico de Montillho, o camisa 10 cruzou na área e a bola sobrou para Róger que chutou. A bola desviou em Pierre e foi entrando devagarinho dentro do gol. Deus! como demorei para gritar este gol.
2×1 no placar, o time estrelado ganhou ainda mais força. O time tentava, se movimentava e buscava o gol de empate. E logo 5 minutos depois, Roger deu um passe milimétrico para Montillo que, cara a cara com o gol, não perdeu a chance e fez o 2º gol do Cruzeiro.
A galera azul explodiu em alegria e emoção nas arquibancadas. A partir daí, só deu Cruzeiro em campo e na arquibancada. Ao som de “vamos virar Zêro”, o time continuou a sua saga pela vitória, embora com um pouco menos de velocidade.
Mas estávamos sentindo que hoje era dia de se fazer história. Era dia de se escrever mais uma página heróica imortal. E aos 39 do segundo tempo, farias recebeu um cruzamento maravilhoso na pequena área e fez o gol da virada e da explosão da torcida azul no Pacaembú.
Os 3 minutos seguintes de partida eu pouco posso falar, pois foi o tempo que ficamos nos abraçando e gritando na arquibancada. Só me lembro de xingar muito o 4º árbitro quando vi uma placa de 4 minutos de acréscimo.
Mais 2 chances de bola parada para o Palmeiras, uma de falta, outra de escanteio. entre elas, um chute do Jonathan que poderia ter matado a partida.
Fim de jogo, Cruzeiro 3×2 em um jogo inesquecível.
Esta já é a foto da vitória mesmo, com o sorriso que só um 3×2,
fora de casa, de virada, pode proporcionar.
Do meu lado, amigos, famílias, adultos, crianças… todos cantando e se abraçando para comemorar esta vitória tão especial e suada. Um jogo de 3 gols, que há muito não marcávamos em uma só partida.
Precisa falar mais?
“Guerreiros, Guerreiros, Guerreiros, time de guerreiros”… esta é a minha última lembrança do Pacaembú hoje, um dia em que a coragem, a perseverança e a ousadia perseveraram em campo.
Parabéns Cruzeiro.