O torcedor, de modo geral, é um camarada
bipolar. Domingo o time é o máximo, quarta o pior elenco do mundo. Futebol é
assim, faz parte do jogo. E você, torcedor que espera um texto ‘puto
da vida’, esbravejando contra a derrota de hoje vai se surpreender. O que eu
tenho a dizer é simples:
“Muita calma nessa hora”.
O quê? Como pode um cruzeirense que não
está puto com o time hoje? Calma galera, eu explico. E não só justifico, como
te convido a ter um olhar otimista, apesar dos pesares. Pois neste momento, o
torcedor Cruzeirense tem que ter calma e foco no trabalho a longo prazo.
1. O Atlético tem um ótimo time, assim como o Cruzeiro
também tem. Mas, neste momento, eles têm duas
coisas que estamos buscando na temporada: entrosamento e rítimo de jogo.
Sim meus amigos, rítimo de jogo consequente da disputa da Libertadores que tem partidas mais truncadas que as do
Campeonato Mineiro. A gente sabe disso, pois estivemos em situação inversa a vida
toda.
2. Estamos APENAS no início de um trabalho. Os 3×0 sofridos hoje não podem apagar mais de 5 meses sem saber o
que é uma derrota, os bons reforços, o time melhor que estamos montando.
Ninguém gosta de perder. Ainda mais para o
rival e por uma diferença significativa de gols. Mas calma, meu povo… Mesmo
com as derrotas é possível tirar algo de positivo. É possível aprender,
melhorar e se preparar cada vez mais.
O Marcelo Oliveira há de aprender com a
partida de hoje, de rever algumas posições e de fazer um trabalho melhor.
Devemos, temos a obrigação de apoiar o time e o nosso treinador neste momento.
3. Eu não tenho memória curta. Na última vez que precisamos, que jogamos com o peso da necessidade
de uma vitória em um clássico, o placar foi de 6×1. Ou seja, reverter o placar é algo mais do
que possível, embora seja bem difícil.
Ou seja, embora eu não esteja contente com
a derrota, confesso para vocês que não estou pesaroso com o time. Eu SEI que é
um trabalho a longo prazo e estamos apenas no seu início.
O torcedor não pode ver as coisas assim, tão azul da
vitória ou azul desbotado a cada vitória ou revés que o time sofre. É preciso
compreender que existem 50 tons ou mais entre um e outro tom. E quando baixar a
poeira, o torcedor há de perceber isso.
Um jogo perdido nos detalhes.
Quando a bola começou a rolar, por 5
minutos o Cruzeiro foi senhor da partida. Tocou bem a bola, se movimentou,
marcou. Estava uma beleza. Mas não demorou até que o Atlético também tivesse o
domínio de bola.
O problema todo foi que o Cruzeiro decidiu
esperar o Atlético em seu campo. Decidiu marcar atrás da linha da bola, antes
do meio campo. E justamente este time, que se destacou o campeonato todo pela
pressão na saída de bola.
O Jogo destoou quando o Everton perdeu um
lance fácil na saída de bola, que foi retomada pelo time listrado cacarejante e tocada para o Ronaldinho que, de primeira, enfiou a bola para o Jô fazer 1×0.
O Cruzeiro havia esquecido de jogar bola e
tinha muitas dificuldades de sair tocando com velocidade. E dá-lhe chutão pra
frente, ou faltas alçadas na área.
Sorte nossa que o Atlético também não jogou
como vem fazendo. O Fábio salvou muitas bolas e havia ainda caixa para mais. (E me desculpem os mais fanáticos, mas eu reconheço quando o adversário joga melhor. Considero este um dos passos mais importantes para que possamos crescer).
No segundo tempo, um tom de vermelho decidiu a partida.
Saíram os dois Évertons e entraram Ricardo
Goulart e Egídio. Nem deu tempo de ver se o time melhoraria, pois o Bruno
Rodrigo foi expulso depois de falta em Ronaldinho.
Com um a menos, o time celeste passou a
tentar o jogo com toque de bola (coisa que deveria ter feito com o time
inteiro). Mas aí foi só o Atlético aproveitar as inúmeras falhas e espaços
dados pelo time celeste para Diego Tardelli (aos 27) e Marcos Rocha (aos 33)
darem números finais a partida.
Hoje achei que faltou mais participação do
time no meio de campo. O Diego Souza não é o tipo de jogador que volta para
buscar jogo. E isso fez falta.
O Everton foi muito mal na partida hoje,
aliás, os Évertons. Sendo que o lateral, camisa 23, foi decisivo ao errar o
lance que gerou o primeiro gol.
Eu nem culpo o M. Oliveira por ter mantido
o Diego Souza em campo. Foi uma aposta dele que – de absurda – não tinha nada.
Até pq, jogador ‘craque’ gosta de jogo assim e o camisa 10 quase fez o seu em chute de fora
da área. Apostou e perdeu. Faz parte.
Outros tantos reclamaram do Borges pois ele
não estava fazendo nada no jogo. Coisa que eu discordo completamente. Ele
correu, marcou a saída de bola e fez o pivô muito bem. Mas a bola não chegou
redonda para ele.
Mas o time em sí não jogou bem. E sabe disso… o Marcelo Oliveira sabe disso. Aliás, isso que mais incomodou hoje, pois perder faz parte do jogo. Mas o mal futebol realmente chateou.
Fazer o que? Tem dias que as coisa não vão bem.
Acho que faltou um pouquinho daquele
Cruzeiro copeiro dos anos 90. Pois, como a decisão é em duas partidas,
administrar o placar não seria uma má estratégia para o título. A torcida exigia um gol, o time queria buscar este tento, mas com um a menos… deu no que deu.
Agora, a ‘pressão’ do
favoritismo é toda do Atlético. Com 3×0 eles estão com o caneco na mão… ou
melhor, pensam estar.
Nunca é demais lembrar que o Mineirão é a
NOSSA casa. Que lá somos mais fortes. E que o time penoso treme quando
pressionado, quando marcado em cima pela torcida e pelo time em campo.
Basta ver os dois jogos com o São Paulo no
Morumbi, quando o time paulista amassou o Atlético no jogo da fase de
classificação, e os minutos iniciais da primeira partida decisiva.
Levar o caneco eu não posso exigir. Mas uma
vitória, essa eu faço questão.
Resta saber se a torcida celeste vai fazer
a sua parte também. Pois esta é a primeira vez que ela está sendo chamada a
responsabilidade também. E eu boto fé.
Tenho fé no time, na nossa camisa e na
nossa torcida. E, como bom cruzeirense, sei que o jogo só acaba quando acabarem
também todas as esperanças. Até lá, fí… Vamos Cruzeiro!
Domingão, tô na Sampa Azul novamente… com
essa galera aí de baixo, para fazer aquilo que sei fazer melhor: torcer pelo Cruzeiro.
“Meu sentimento não vai
parar”.