Sem trincheiras

Libertadores é apaixonante não só pela emoção, mas pelas histórias que se repetem de tempos em tempos. O que muitos torciam aconteceu: enfrentamos o River Plate nas quartas. Conhecido de outros carnavais, o retrospecto favorável pode enganar quem considera o Cruzeiro como grande favorito. Para atravessar o Rio da Prata vai ser preciso mais que só o peso da camisa e a “freguesia” rival, por assim dizer. Não existem trincheiras ou apoios nesse trajeto.

 

No total, foram treze confrontos, dos quais o Cruzeiro saiu vitorioso em dez. De fato, a vantagem é ampla, ainda mais se colocarmos na conta que nossa primeira Libertadores foi conquistada em cima desses mesmos hermanos. Em campo teremos muita história, muita tradição, e sobretudo, muita vontade de ambos os lados. Mas é bom lembrar: estatística não ganha jogo. Vai até a página dois, e olhe lá.
No jogo contra o São Paulo, o time mostrou uma raça e entrega fora dos padrões até então apresentados em 2015. Vimos um Cruzeiro aguerrido, afim de jogo, buscando cada bola como se essa fosse a última Coca-Cola do deserto. Ou Skol, como preferir. Deu gosto ver a equipe unida, atrás do gol a todo custo. Como disse depois dos pênaltis, é nessas horas que entendemos o porquê de pararmos e deixarmos tudo de lado para viver essa cachaça e salvação que é ser cruzeirense. Obrigado por isso.
Essa é a receita para sair da Argentina com um bom resultado. A confiança pela classificação no sufoco com certeza será um aliado nesse primeiro confronto, e é importante que o Marcelo Oliveira oriente esse time para marcar em cima, encurtando os espaços e procurando o gol. Jogo de mata-mata não perdoa os covardes, que se escondem nas retrancas e pranchetas. As chances de vitória são boas, é  crescer frente ao adversário, seguindo em frente, sem medo, com gana e raça para assegurar a vantagem. Resumindo: se jogar como semana passada, o resultado vem.
 
Confio e acredito muito nesse Cruzeiro. A técnica, que por vezes falta, é compensada na vontade. E isso é fundamental em qualquer disputa, sobretudo em Libertadores. É hora de iniciarmos a travessia até o outro lado desse rio. Melhor: é hora de começarmos um novo combate. Um que já nos coroou no passado, num terreno já pisado e dominado por nossa infantaria. Que esses guerreiros entrem de peito aberto, sem receio do que está por vir. Que eles atravessem o Rio da Prata com a coragem e bravura indômita da Bestia Negra. Amanhã começa uma guerra. Uma guerra sem trincheiras.

Dava para ter ganho do Santos.

Dava para ter ganho do Santos. Perdemos por detalhes bobos, como não ter entrado em campo no primeiro tempo e não ter elenco. Ah, se não fosse isso, heim?
Ironias a parte, estamos falando de um jogo em que tivemos 4 chutes ao gol e tiramos 2 bolas em cima da linha. Por isso pouparei vocês dos comentários mais alongados sobre a partida, ok?
Quem aí não está contente com a mega vitória do Cruzeiro contra o SPFC ou com o jogão contra o River da próxima quinta? Pois é, meu amigo… Libertadores é bão, mas o saldo vai ser pago neste início de Brasileiro.
Como em 2015 não vamos ouvir comentaristas dizendo: “– Olha este time do Cruzeiro…. sai Fulano, entra Beltrano que seria titular em qualquer time!”, o jeito é escolher um torneio para focar. E rezar pelo outro…
É o que o coitado do M. Oliveira está tentando fazer. Juntando o resto que tem para brigar pela Libertadores. Enquanto parte da torcida segue ‘pitacando’ que ele deveria jogar com G. Xavier, ou colocar o Pará, sem perceber que isso é debater migalhas perante o elenco que temos, eu continuo a me perguntar quantos anos mais o Gilvan vai levar para trazer o bendito do meia que prometeu.
“Ah… mas times como o Sport, ou Chapecoense são mais limitados e jogam mais”. Concordo, mas aí está o problema, amigos: CAMISA PESA! E não é qualquer jogador que joga no Cruzeiro.
Precisamos de reforços. Mas, daqui a pouco, todos os bons valores de outros times completam 6 jogos. Pouco antes de acabar o prazo para transferências, vamos continuar ouvindo especulações e mais especulações… e ninguém chega. Quando a vaca for para o brejo, algum diretor traz aquela revelação do Paysandu, ou do ABC, para ‘ajudar’ o time.
Haja paciência…
Agora, já pensaram? Embora eu e você torçamos como louco pela conquista da Libertadores, vai que a gente não ganha? (Bate na madeira aí). Temos que pontuar no brasileiro o quanto antes para não jogar o resto do torneio com o peso da camisa em uma posição na ‘rabeta’ da tabela, esperando pelos 45 pontos que não chegam nunca.
Perder para o Santos na Vila é um resultado que pode acontecer mesmo com o time jogando bem. O que ‘irrita’ é ver que falta mais talento neste time. Quando a gente tem como titular inconteste um Marquinhos com o argumento que ele é esforçado, temos a real medida do limite do time. E quando ele é um dos que mais cria, não sei se comemoro ou se fico preocupado.
O Mayke nem foi pro jogo. Só temos ele e olhe lá para a lateral direita… melhor poupar para quinta, enquanto o Ceará já aparece nas caixinhas de leite da Cemil naqueles retratos de desaparecido… e o Fabiano, bem… deixa pra lá. O Arrascaeta segue a linha do Mayke: vamos poupar para quinta.
Na lateral esquerda, sinto que vamos passar o ano discutindo qual das opções é menos limitada. Me resta torcer para que o Mena consiga encarnar um Sorín vez ou outra, como aconteceu na quarta passada. E por aí vai…
Hoje, somos ‘lanternas da porra toda’. O único time que não conseguiu um ponto sequer. É cedo, eu sei. Mas confesso que não estou tranquilo.
Mas de que adianta reclamar? É com esse time aí – limitado e tudo mais – que vamos brigar pelo Tri da Libertadores.
E como em Copa tudo pode acontecer, me resta pedir para o time que mostre a mesma disposição que teve contra o São Paulo no Mineirão. Que não se acovarde, não deixe de atacar, que não tenha medo de ir para cima do River na Argentina. Que entendam que esta camisa celeste estrelada tem um peso gigante e que eles devem usar isso ao seu favor.
E neste meio tempo, esperar… mesmo que sem esperanças, que a diretoria reforce o time com jogadores bons de verdade.
Vamos Cruzeiro… Que venha o River, mas que a gente vá também.
(Por E.M.)

Roupa suja

É Cruzeiro Esporte Clube, já vimos dias melhores. E desculpe pela impessoalidade de chamar pelo nome completo, é que a sensação é de distância. Grande parte desse pessoal que anda vestindo sua camisa é estranho pra gente. Seymour? Mas é com “i” ou “y”? E o lateral lá, Mena, né? E tem aquele outro também, o tal do Willian Farias. Era melhor Pará por aqui, mas não vou. Tem roupa suja pra lavar.

O bicampeonato ficou no passado. Para quem estava acostumado com aquele futebol leve e entrosado, essa versão 2015 pouco agrada. Pergunte para si a escalação do time que fez 3 a 0 no Grêmio; mais fácil que lembrar aniversário de namoro. Nosso conjunto atual é tímido na vontade, na forma de jogar, e na relação com a torcida.

Uma parcela disso eu coloco na conta da Trupe do Gilvan. O desmanche levou consigo a identidade: de referência do futebol bonito, passamos para um time sem referência. O Marketing pouco faz para trazer a torcida de volta ao Mineirão. Não há preços mais acessíveis, promoções para não-sócios, ações, vídeos motivacionais… nem um tropeiro mais barato. Nada! Se em campo o time não empolga, que mexam seus pauzinhos nos bastidores. Gilvan, por sua vez, se limita a exercer seu direito de ficar em silêncio. Como diz o ditado, quem cala, consente.

A outra parte quem paga é Marcelo Oliveira e seus comandados. A qualidade técnica da equipe não é lá essas coisas – isso é nítido e ele não pode ser responsabilizado. Mas a falta de ânimo nos dois últimos jogos foi assustadora. Contra o São Paulo a estratégia era empatar, mas a falta de garra de muitos ali sugeria um descompromisso com o objetivo traçado e no agrado aos torcedores,  que na fria noite paulistana, compareceram ao Morumbi. Das duas, uma: ou Marcelo Oliveira não está conseguindo motivar este time, ou estes veem as oitavas-de-final como coisa pouca.  
E é isso que preocupa mais. Estamos às vésperas do confronto que definirá o semestre, e a julgar pela partida de domingo, a ficha do pessoal ainda não caiu. O jogo de volta das oitavas tem um peso enorme e envolve muito mais que só a classificação; além dos onze numerados, entram em campo a confiança, a paciência e a esperança dos oito milhões de cruzeirenses. Se classificar, festa. Se for eliminado, a crise tomará conta da Toca. Não se enganem: o primeiro a pagar o pato (injustamente) será Marcelo Oliveira.
Para quem vive do futebol, o que vale é o resultado. Para quem é torcedor, que acompanha pelo prazer do esporte, a raça e a garra têm uma importância singular, à parte dos títulos. Além da vitória, queremos um time aguerrido, corajoso, sagaz, inteligente e competitivo. Em outras palavras, o próximo jogo é a chance de provar para nós e o mundo com quantas estrelas se faz um campeão. Amanhã será o dia de sanar essas rusgas entre nós, de encurtar a distância. É a hora de tirar essa desconfiança que vem sujando nosso uniforme. E roupa suja, Cruzeiro, se lava em casa. 
E você, o que acha? Fala aí nos comentários!

Rifa Solidaria Sampa Azul

Ontem tivemos Cruzeiro x Corinthians em Cuiabá e o time de São Paulo acabou saindo com a vitória por 0x1. O jogo que marcou o início do Campeonato Brasileiro 2015 para os Cruzeirenses e Corinthianos, dividiu as atenções também com o dia das mães e dia da solidariedade no nosso QG.

A Sampa Azul estava sem a maior parte do seu público, provavelmente pelo fato de os mineiros irem para casa fazer aquela visita para a suas mães. Mas de toda forma, assim como havia sido programado, fizemos o sorteio das camisas da rifa solidaria da Sampa Azul.

Mas antes de falarmos sobre os ganhadores, gostaríamos de agradecer ENORMEMENTE A TODOS que ajudaram e se sensibilizaram com essa campanha que é de extrema importância para a Izabella Duca em seu tratamento de um tumor no cérebro. Esta atitude mostra que a Sampa Azul não é feita apenas de pessoas vendo jogos e sim de um grande grupo de amigos que torcem para o Cruzeiro e querem o bem de todos a sua volta.

Falando então dos ganhadores vamos aos resultados:

Parabéns aos ganhadores pelo prêmio!!!

“Mesmo que a palavra ‘obrigado’ signifique tanto, não expressará por inteiro o quanto seu gesto atencioso e delicado foi importante para nós”.
 
OBRIGADO A TODOS!!!
#JuntosSomosMaisFortes #SampaAzul #CruzeiroSempre

Chuta baixo, Cruzeiro!

Ricardinho deixou para Geovanni. Müller o aconselha. Atenção, toma distância, Geovanni correu, bateu, é gol, gol, gol, gol, gol!” Alberto Rodrigues.

Geovanni é derrubado na linha da meia-lua por Rogério Pinheiro, que é expulso. Entre os sete metros e oitocentos centímetros que separavam a bola da barreira que protegia o gol de Rogério Ceni, um placar de um a um e a angústia de oito milhões de cruzeirenses se agarrando aos últimos fios de esperança. “Chuta baixo, chuta baixo!”. Gol do Cruzeiro, Tri-campeão da Copa do Brasil de 2000.

É Nelinho quem tem que bater. Tem que se afastar, tomar posição. […] Adivinhe, adivinhe Joãozinho pelo amor de Deus!” Vilibaldo Alves

Nossas páginas heroicas imortais foram escritas nas entrelinhas. Pela surpresa, impulso. Em lances épicos como a falta cobrada por Joãozinho na Final da Libertadores de 76 e da inteligência de Geovanni em apostar no improvável em 2000, a história cruzeirense cravou sua marca no imaginário futebolístico. Nem mesmo os grandes roteiristas e escritores seriam capazes de tramas recheadas de reviravoltas surpreendentes como o Cruzeiro protagonizou em suas conquistas.

 

Henrique arriscou uma bomba, golaço, golaço, golaço! […] Uma sapatada, que golaço, que golaço!” Osvaldo Reis, o Pequetito.

Amanhã recomeçamos a caminhada pelo Tri. Quis o destino que o adversário fosse novamente o São Paulo, antiga pedra no sapato. Estaremos defronte a uma equipe tradicional, calejada e experiente, assim como o Cruzeiro. Embate com cara e jeito de Libertadores; cinco títulos da competição em campo e história para mais de metro. Jogo de gente grande.

Éverton Ribeiro, entrou na área, é pra fazer, chapeuzinho no zagueiro, bateu, golaço, golaço, golaço, golaço […] A vida imita a arte, a arte imita a vida”. Osvaldo Reis, o Pequetito.

Para o jogo, não contaremos com um novo meia. A diretoria não conseguiu a contratação do armador para o lugar de Éverton Ribeiro – como era de se esperar – e o time é o mesmo da primeira fase, com algumas poucas mudanças. Sendo assim, vamos com o que temos: vontade, raça e o peso da camisa que conquistou duas vezes a América.

Éverton, aos quarenta e cinco minutos. É incaível, é incaível, é incaível, é incaível! O Cruzeiro massacra o arquirrival!” Osvaldo Reis, o Pequetito.

Amanhã teremos a chance de sair na frente pelo sonhado Tri e espantar o mal começo na competição. Que você, Cruzeiro, tenha a audácia de Joãozinho, a precisão de Geovanni, o brilhantismo de Éverton Ribeiro, a confiança de Henrique, a raça e entrega do time que jogou o 6×1. Que você encontre caminho no impensável, no impossível. Acima de tudo, que acredite, como Müller e Geovanni, nas entrelinhas do improvável: chuta baixo, Cruzeiro!